COTAS!

Tania Tavares – Professora – SP

A Pontifícia Universidade Católica (PUC), precisa dar aulas de civilidade, empatia e até educação para alguns dos seu$ alunos que ofenderam alunos cotistas que tiveram a capacidade de entrar na USP – Direito, durante uma confraternização de Esportes. Estes alunos, há exceções, serão os mesmos Advogados, Juízes, Desembargadores, Ministros, que julgarão as pessoas pelas quais têm desdem.Cruzes!

ONGs

ONGs

Marília Alves Cunha – Educadora e Escritora – Uberlândia – MG

É muito difícil falar sobre ONGs, pois periga-se incorrer em erros e estabelecer dúvidas desnecessárias ao bom desempenho de muitas, quero crer que seja a maior parte. O que são elas? São instituições sem fins lucrativos formalizadas no país e que representam uma força econômica e de transformação social. São fundações, associações privadas, organizações religiosas conforme código civil e de acordo com Lei 13091/14.

Em todo o Brasil estima-se a existência de 815.676 ONGs. Não existe neste país uma única cidade que não tenha pelo menos uma instituição sem fins lucrativos, em sua grande maioria. São juridicamente constituídas por um grupo de pessoas que têm uma causa em comum e que decidiram abrir uma ONG. Como vimos são em grande número (660.000) e representam 80,9% do total. O restante refere-se a fundações.

Dentro das mais de 800.000 existentes 22.000 receberam recurso federal entre 2010 e 2018. Foram repassados a estas um total de 118,5 bilhões. Só na Amazônia, de acordo com o IPEA, existem aproximadamente 116.000 organizações de sociedade civil. Não há uma base unificada que mostre exatamente quanto estas organizações recebem e tampouco quem as financia. Sabe-se apenas que são financiadas por recursos públicos, fontes privadas, pessoas, famílias, comunidade e empresas locais, doações permanentes, inclusive trabalho voluntário.

Evidentemente que uma ONG, para construir uma base de confiança junto à população, deve ter como pilares a transparência e a ética. Caso contrário, dificilmente conseguirá bons resultados. E como grande parte do dinheiro que sustenta as ONGs deriva de cofres públicos, cabe aos governos a fiscalização dos serviços prestados e o bom uso do montante dispendido no funcionamento das mesmas.

Em Uberlândia, de acordo com o Google, temos 813 ONGs e entidades sociais. Cito apenas 2 que conheço de perto: a AMIPA – cuida de animais abandonados ( antigamente estava mais a par da sua movimentação e realizações para arrecadar dinheiro ou alimentos) e o GRUPO LUTA PELA VIDA – que desenvolve um extraordinário trabalho, ligada ao Hospital do Câncer. Querendo conhecer mais sobre o assunto, há dados disponíveis no Google.

Como já disse, há ONGs que fazem por todo o Brasil, um trabalho formidável pelos desassistidos, pelos que não são diretamente alcançados pelas mãos governamentais. Mas há que se ter extremo cuidado ao se ligar a uma destas instituições. Há pessoas que se dedicam a isto por estreitos laços de solidariedade e generosidade, há também os que se aproveitam da boa vontade de muitos e agem com propósitos questionáveis.

Emendas parlamentares também podem ser indicadas por deputados para servir a uma ONG. São geralmente grandes quantias e, esperamos que sirvam a altos propósitos. Li dias desses que o MEC criou uma ONG para fomentar atividades culturais em todas as unidades da federação. A escolha dos contemplados para dirigir estes trabalhos são pessoas ligadas ao próprio MEC e partidos, o que levantou dúvidas sobre a transparência e imparcialidade na distribuição dos recursos. O envolvimento de ONGs ligadas a figuras políticas e assessores levantou questionamentos sobre a transparência e critérios utilizados para seleção de entidades beneficiadas. Chamamos também a atenção para a responsabilidade que deve guiar os nossos políticos na distribuição oriunda de emendas parlamentares. Afinal de contas, isto é dinheiro do povo e deve ser usado com muito critério e honestidade.

Nota: Dados extraídos, em sua maior parte, do Google.

Regulamentação já!

*Cesar Vanucci

“Um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista”, (Ministro Alexandre de Moraes).

O negacionismo é renitente. Coloca-se na tocaia aguardando hora propícia para alvejar iniciativas que não se enquadrem em sua obtusa concepção da aventura da vida. O negacionista bebe inspirações, sem nunca se dar por saciado, nas lamacentas nascentes do radicalismo ideológico. interpreta as coisas de forma sempre equivocada. Confunde alhos com bugalhos, gênero humano com Zé Germano, focinho de porco com tomada.
Na atualidade, o negacionista de carteirinha assesta a alça de mira, obsedantemente, na regulamentação da mídia eletrônica, tão almejada pela consciência pública da Nação.
Nas redes sociais, o populismo extremista digital, conforme anota o presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes, espalha falsidades como se verdades fossem. Ocupa a internet como se ela fosse “terra de ninguém”. Ou seja, um espaço escancarado para criaturas idiotizadas em todos os graus que se sentem catedráticos no uso de uma tribuna privilegiada que pode fazer ecoar longe suas descomunais sandices.
A falta de regulamentação das plataformas digitais tem provocado, aqui e longe daqui, calamidades sem conta. A velocidade da propagação do que se divulga via rede social está fora do alcance de qualquer sistema de vigilância jurídico legal existente. A vigilância requerida pelas situações criadas pelo ódio, pela irresponsabilidade, pela ignorância, pela má fé – que tantos infortúnios têm produzido em escala monumental -, a vigilância requerida (repita-se) carece ser estruturada de forma rápida, urgente e eficaz. A paz e segurança comunitárias determinam que assim seja. O bem estar social não abre mão de mecanismos de proteção ágeis e eficientes.
A sociedade brasileira, à parte a enfezada minoria que tenta solapar nossos fundamentos republicanos e democráticos, quer se ver livre das invenções perversas, criadas para enganar as pessoas e implantar o caos. As manjadas alegações dos extremistas digitais, no sentido de que a regulação pretendida colide com a livre manifestação das ideias não passam de rematada falácia. Mera retórica oca para engambelar incautos. A liberdade de expressão, apanágio da Democracia, cânone republicano sagrado, é algo totalmente diferente da disseminação solta de palavras e imagens de cunho obseno, mentiroso, difamante, em suma criminoso que anda emporcalhando as redes sociais. É imperioso conter as malsinadas “fakenews”. Isso não molesta, jeito maneira algum, o direito à critica, ao questionamento, à denuncia no exercício legítimo das divergências democráticas. Nos países da Europa, no Canadá, na Austrália entre outras nações do bloco democrático a regulação já foi providencialmente definida. Os Estados Unidos debatem o assunto, reconhecendo-o como prioridade política e humana.
O que as pessoas de bom senso, visão democrática, lucidez de espírito almejam, em todas as esferas da vida brasileira, é que o Congresso Nacional se debruce pra valer sobre a momentosa questão.
O que aguardamos de nossos parlamentares é a criação de canais arejados para diálogos com segmentos sociais, políticos, culturais e econômicos, compondo um texto moderno e positivo de regulação da mídia eletrônica, colocando um fim no descalabro que hoje, infelizmente, tomou conta dessa modalidade de comunicação de tão grande alcance universal ilimitado da construção civilizatória.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

A BATALHA DO CHALÉ – I

Antônio Pereira

A situação política em Uberabinha, em 1910, era a seguinte: de um lado, os civilistas, depois chamados “cocão”, chefiados pelo coronel Severiano Rodrigues da Cunha, cuja liderança já vinha de duas décadas e se estenderia ainda por muitos anos; de outro, os hermistas, depois chamados “coió”(*), tendo à frente a figura enérgica e mitológica do tenente coronel José Theóphilo Carneiro.
O governo de Minas Gerais era exercido por Wenceslau Brás, futuro presidente da república, e apoiava a situação que indicava o marechal Hermes da Fonseca, cujo apelido era Dudu, para a presidência do país. Competia na oposição, a grande inteligência do país, Ruy Barbosa.
Sabia-se de antemão que os civilistas venceriam em Uberabinha dado o poder político do coronel Severiano e sua família, mas o tenente coronel Carneiro não dava a mão à palmatória e blasonava temerariamente que venceria as eleições nem que fosse “à bala”.
O governo cuidou de auxiliar o empenho do seu valoroso correligionário transferindo para cá um delegado militar da Polícia, o tenente Egídio Rosa da Conceição, conhecido no Triângulo por seus métodos arbitrários e violentos, já expostos em sua passagem pelo município do Prata, e por seu interesse na vitória do governo. De pronto, começou a tomar atitudes e providências que atemorizavam os eleitores civilistas, principalmente os mais humildes.
Os civilistas, para a segurança das eleições, arrebanharam jagunçada que se homiziou no chalé do coronel Severiano que ficava nos fundos da praça da Matriz (Cícero Macedo), onde posteriormente foi o Asilo das Velhas, já demolido há muitos anos. Aí era também o quartel eleitoral dos civilistas, onde se abrigavam os eleitores da roça. Nos fundos ficava o destacamento da Polícia Militar.
O tenente Egídio percebendo que o conflito entre soldados e jagunços se tornava eminente, propôs um acordo aos civilistas; os jagunços iam embora, antes das eleições, e a Polícia não sairia do destacamento. O coronel Severiano aceitou, mas alguns de seus companheiros relutaram e isso permitiu aos jagunços que fossem ficando. Aliás, os “marimbondos”, como eram chamados, estavam loucos para “trabalhar” e, entre si, combinaram de só deixarim a cidade na tarde do dia 1º de março, que era o dia das eleições.
(continua)